Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



sexta-feira, 8 de março de 2013

The Book is on the Table

E, ENFIM!, chegou a hora - ou melhor, achei uma hora - para falar do tópico Colégio.

Então, vou começar dando uma pincelada rápida do início. Na verdade, isso que estou chamando de 'início' dava muito bem um post enorme e bem destacado. Mas... o tempo passou, meu coração aquietou-se e nosso lema aqui sempre foi mais celebrar do que lamentar. Por outro lado, acho importante deixar registrado a nossa dificuldade no momento da busca por uma escola pra você. Afinal, se sempre ficarmos calados, aí mesmo é que nada nunca vai mudar.

Pois bem, comecei a visitar colégios próximos a nossa nova casa no meio do ano passado. E, olha filho, não fui a poucos não. Nosso bairro atual é gigante e existem muitas possibilidades. Existiriam. Mas a verdade é que das, sei lá, dez escolas que fui, umas sete fecharam as portas discretamente - com a desculpa de não haver vaga (nem para alunos normais, nas palavras delas. o que, claro, era mentira); uma descaradamente disse 'não' a mim e a você, na sua frente, num dos momentos mais difíceis da nossa caminhada até aqui. (o que após muita revolta e conversa, me fez fazer uma denúncia ao Ministério Público, que ainda não sei o desfecho); e duas - só duas - se dispuseram a te receber.

Dando nome aos bois: algumas escolas que "não tinham vagas" - CEI, Oficina da Criança, Carolina Patrício, SEC, Escola Parque.

A que te recusou esdruxulamente: Marista São José, unidade Barra da Tijuca.

As que nos receberam muio melhor: MOPI barra e Anglo Americano, unidade Nova Ipanema.

E o Oscar foi para... o Colégio Anglo Americano, unidade Nova Ipanema. Bilingue, hein mocinho! Aliás, português, inglês e noções de Mandarim! Motivos principais: o turno de nossa preferência, o da manhã, e a proximidade da nossa casa.



galã de uniforme novo.

Bem, já tem quase um mês que você frequenta o coleginho e já dá para tecer alguns comentários.

O primeiro de todos - e que quase ninguém tinha dúvidas - é: Sim! Você se adaptou! E não foi nada difícil. No fundo, o período em que fiquei indo junto foi muito mais para pensar e criar estratégias de posicionamento e locomoção do que outra coisa.


Começamos na última semana de janeiro. E, claro, como tudo na vida, esses primeiros dias foram mais confusos. Ainda não tínhamos um 'plano' por assim dizer e tudo era novo. Começamos então, dia após dia, um período de tentativa e erro. e acertos!

Ah sim! Apresentemos logo a nossa grande, magnifica, incrível, anjo da guarda, excelentíssima tia Vivi!


A tia Vivi é a sua mediadora ou facilitadora, como chamam. Mas a entrada triunfal dela em nossas vidas foi coisa do divino. Sabe aquela coisa da pessoa certa, na hora certa. Acho que nem na minha vida amorosa, os astros foram tão cuidadosos. Rsrs. Sério, conhecemos a tia Vivi, por acaso, no mesmo período em que eu buscava a escola. Ela cobriu férias do seu fisioterapeuta respiratório e conversa vai, conversa vem, batemos o martelo de CONTRADA!

A escolha da tia Vivi merece um pouquinho mais de atenção porque envolve aspectos que pra mim fizeram toda a diferenca. Pelo seguinte, normalmente as facilitadoras são estudantes da área de pedagogia ou psicologia. Mas... no seu caso específico, desde o princípio eu achava que quem tinha que ficar com você pra ajudar na escola era uma fisioterapeuta. Porque seu calcanhar de aquiles não é cognitivo e sim MOTOR!!!!!! Aí, na minha cabeça, fazia muito mais sentido alguém que soubesse te posicionar e lidar com as suas traquitanas, sem medo de te machucar etc do que uma pessoa para te ajudar a absorver o que estivesse sendo ensinado em sala. Até porque vamos combinar que nessa idade não é preciso muito mais que bom senso para facilitar o aprendizado de formas e cores basicamente. Bom senso e, claro, boa vontade. E isso a tia Vivi tem de sobra. Juntando com o suporte e o acompanhamento externo com a tia Miryam Pelosi, sua T.O. de comunicação alternativa, foi o casamento perfeito.




E assim estamos: com a fisio tia Vivi usando e abusando do muque na escola e a tia Miryam em contato com a escola e com a tia Vivi no que for preciso na área pedagógica. Ainda está muito cedo para alguma conclusão efetiva, mas estou muito satisfeita. E tranquila, que é o mais importante. Há tempos, filho, que a mamãe dá muito mais ouvidos ao que eu sinto que é necessário do que o que costuma ser feito. Essa 'inovacão', por exemplo, de colocar uma fisio como facilitadora é total quebra de protocolo, muitos estranharam e disseram que eu teria dificuldades, mas encarei e acertei. De novo. Repito isso aqui muitas vezes não para me gabar, mas para tentar dar um incentivo às mães que ainda são muito presas ao que os especialistas aconselham. Escuto e sei da tamanha importância dos especialitas em nossas vidas, mas faz tempo que eu me coloco num patamar igual ao deles na hora de decidir pelo melhor pra você. Veja bem, não sou louca, nem irresponsável, mas brigo pelo que sinto e acredito. E o que acontece muitas vezes é que até os especialistas, no fim, acabam do nosso lado.

Voltando à vaca fria, na primeira semana testamos muitas possibilidades e tivemos algumas alegrias como um banho de mangueira no pula-sapinho!


pula-sapinho no parquinho.


que nem pinto no lixo!















Banho de Mangueira, é muito legal!!!


Em sala, a solução colo da tia Vivi ou anti-derrapante no acento da cadeirinha regular não estavam dando muito certo. Esse ponto foi resolvido na segunda semana quando tiramos as rodas que havíamos colocado na cadeira do Sarah e assim ela ficou na altura ideal para entrar em baixo da mesinha de grupo. A cadeira do Sarah ficou ótima em muitos sentidos. Tem estabilidade e te prende muito bem. Com as adaptações de apoio de pé e de cabeça que fizeram lá pra gente na última visita ao hospital está perfeita! Ponto pro Sarah tão mal falado por aí, coitado... Essa cadeira fica na escola. É pesada, não daria para ficar pra lá e pra cá. Mas o colégio não mostrou nenhum impecilho em armazená-la lá. Todos os dias eles a colocam na sua sala antes de você chegar. E em um dia que não havia a mesinha da altura certa na sala, a própria professora mandou buscar e daquele dia em diante, nunca mais saiu de lá.


no colo da tia Andressa, que já ganhou nota 10 em termos de interesse para aprender a te ajudar.

Tia Vivi cuidando do posicionamento.

na cadeira do Sarah.

na cadeira que coube certinho em baixo da mesinha!




Adicionar legenda



Outra coisa legal de falar e que se não fosse a tia Vivi, duvido que estaria funcionando, são as adaptações que compramos e que vão todos os dias na mochila. A maioria da Expansão. Adaptadores pra desenhar, pintar... tesoura, colão... A tia Vivi sabe usar aqueles trecos melhor que a mamãe. E seus amigos ficam curiosíssimos.





aula do Tio Rafa de educação física.
de Juppy Baby



e a coluna da tia Vivi sofre...

aula de música.


Ok. Tudo isso até aqui está muito legal. Mas nada se compara à terceira semana, quando seu andador chegou e passamos a levá-lo para o colégio. Tudo mudou. É outra vida. Outra qualidade de vida. Eu sabia que você ia amar o andador e que na escola seria muito útil. Mas hoje posso dizer que o andador é o que faz você amar ir pra escola. Andar ou o simples fato de estar de pé com os seus amiguinhos te deu outra dimensão do que é socialização. E fez você ser apresentado à palavra indepedência. Ainda que assistida.
Oi, amiga.

tô chegando, amigo.

me ajuda, tia Vivi.

feliz.

foto para emoldurar! Posicionamento espetacular!
Hoje temos uma rotina que eu não canso de viver de segunda a sexta. Chegamos no colégio, tiro o andador da mala, coloco você lá, a gente espera um pouquinho andando a tia Vivi chegar e depois você entra pela porta da frente de andador e todo feliz. Dá uma olhadinha pra trás às vezes e vai. E eu fico ali vendo você ir pra sua sala. Tem sido o momento mais recompensador dos meus dias. E eu não me acostumo. Todo dia em que vivemos isso é ainda pra mim como se fosse a primeira vez. Meu coração se enche de uma mistura de orgulho, felicidade, alívio, esperança... Estou muito feliz. O tipo da felicidade que desejaria para a paz no mundo.



É isso. Queria deixar escrita a minha satisfação com a tia Vivi, com o colégio Anglo Americano - Binha, Thaís, Tia Aline, Tia Lizandra, tia Andressa muito obrigada - e com o andador! Que faz um super sucesso e uma mãe até já veio me falar que o filho chegou em casa outro dia dizendo que queria um carrinho igual ao do Antonio Pedro! E viva a inclusão! Ainda caminhando, com uma longa estrada pela frente? Sim. Mas se em todos os colégios existisse a vontade que encontramos, era meio caminho andado com certeza.

2 comentários:

  1. Oi Adri!! Ai, meu coração ta cheio de alegria vendo essa postagem. Essa fase da escola eu senti a mesma coisa que você...é maravilhso. Por falar nisso fui atrás de um material do projeto "Porque Heloísa? " ja ouviste falar? Tem um livro, tem desenho animado e um documentário. Estou esperando chegar, assim que tomar conhecimento do conteúdo te aviso, mas é sobre inclusão. Outra coisa é que a carapuça serviu pra mim quanto a questão de seguir cegamente os terapeutas..vixe, me da um nós na cabeça. No final sempre oro e peço a Deus pra me orientar, mas é realmente uma luta..enfim...parabéns a família por mais uma conquista! parabéns ao colégio mostrando que esta um passo à frente ;)

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  2. Adriana, quanto tempo não passo por aqui. E hoje vim dar uma atualizada nas novidades e quantas coisas boas, quanto progresso! Que bom! Mas fiquei muito decepcionada ao saber do episódio no colégio marista, onde estudei a vida inteira, porém na unidade da Tijuca. Coloquei um post no meu blog sobre isso, pq acho q tem que ficar público. Posso mesmo divulgar? Tem o grupo do colegio no facebook e queria que todo mundo soubesse. Me fale se vc vê algum problema, mas já coloquei no blog! Muitos beijos pra vcs!

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