Atenção!

"(...) apesar de ter mergulhado de cabeça nesse misterioso mundo das lesões neurológicas e suas possíveis consequências, não sou médica. Tudo o que coloco aqui são impressões e experiências pessoais. (...) Enfim, não sou uma profissional da saúde, apenas uma mãe muito, muito, muito esforçada em início de carreira".



quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Como a Vida deve Ser

Filho! Nasceu sua primica. Maria Antonia já está aí para formar a dupla Tonico e Toniquinha.



Na verdade, ela chegou há um tempinho já. Dia 26. Quase, quase acompanha a mamãe no dia de Natal. Passou raspando. Peguei no pé da tia Andrea até os últimos minutos, dizendo que ganharia uma companheira de data ingrata. Mas ela soube esperar. Já a mamãe aqui... Bem sabemos do meu histórico impaciente, certo?

Mas, então, estou falando dela só hoje porque estava um pouco pesada esses dias que passaram. Fiquei mesmo muito mal ao conhecer e rapidamente me entristecer pela Valéria, mãe do Felipe. E sua recaída também me baqueou. Chorei tanto... Fiquei até com dor de cabeça. Enfim, estava fraca. Mas aí, a própria Valéria se mostrou forte; você como guerreiro que é já se recuperou; e a Flavia, uma amiga querida da mamãe, nossa seguidora desde os primórdios, sem querer, me fez ver que era hora de sacudir a poeira e dar a volta por cima.

A Flavis tá grávida! Do segundo pacote. E me mandou um e-mail, entre outras coisas, comentando de como nunca sabemos o que vai acontecer e da angustia impossível de se evitar, estando barriguda.

É verdade. Não dá para evitar. Mas dá para não pensar nisso. Dá sim. Sou da linha de que pensamento positivo atrai coisas positivas. E, por favor, nenhuma mãe precisa pensar no que pode dar errado, antes que dê. Como falo para todas as minhas amigas que ainda não pariram, o que aprendi depois da minha experiência é que precisamos sim estar muito ligadas em todos os detalhes que envolvem o dia D, o dia do parto. Não temos que ter pudor de questionar nada! Mas, estando bem alerta, o resto é deixar a vida seguir seu curso.

E foi assim, naturalmente, da forma mais tranquila possível, que Maria Antonia veio ao mundo. Planejada, esperada, com pré-natal em dia e com tudo dando certo na hora do parto. 'Simples' assim. Como a vida deve ser.

Deus sabe o quanto eu estava nervosa, tensa, aguardando o tio Antonio surgir através daquele vidro, seguido pelo bercinho com a Maria Antonia dentro. Mas era só eu, uma mãe ainda traumatizada, que tinha coisas preocupantes em mente. O resto do povo - e, filho, era uma cabeçada lá pra ver a Maria Antonia! - estava 'apenas' esperando o momento de conhecê-la.

Lavei minha alma quando seu tio, enfim, apareceu caminhando lá de trás. Na hora, fantasiei seu pai, fazendo o mesmo com você. Coisa que nunca aconteceu e ainda é um nó enorme na nossa garganta. Mas que diminuiu um pouquinho às 8h28 da noite do dia 26 de dezembro de 2010. Maria Antonia é uma fofa, toda perfeitinha, uma boneca. Pequeninica que nem você, com 47cm e meio e 2kg800.

É isso. Queria terminar 2010 pra cima, com boas vibrações. E nada melhor pra isso do que celebrar a vida. O milagre da vida.

Queria deixar aqui um brinde a 2011 e os mais sinceros votos a todos que cruzaram o nosso caminho em 2010. Dos nossos familiares queridos, passando pelos amigos indispensáveis, a toda equipe de profissionais nota 1000 que te acompanha, até cada um que conheceu nossa história por aqui. Vi que ganhamos novos seguidores recentemente. Que sejam bem-vindos! E que os antigos, como a Flavis, a tia Pati (mãe do Felipe), a Lorena, tia Paulette, tio Dedé... que todos continuem conosco, vibrando por cada movimento novo que a gente conseguir.

Pra terminar, deixo aqui um pedacinho de um e-mail que recebi do seu papai nesses últimos dias. Me emocionou muito porque o moço é de pouquíssimas palavras. Apesar de, tenho que ser justa, estar ao nosso lado todos os dias nos dando apoio e amor incondicional. Mas, quem é que não gosta de ouvir, não é? Fiquem em paz!

"Qto a estar ao seu lado não precisava nem perguntar, ou vc acha q mesmo sendo tão diferentes acabamos juntos pq? Não somos 3, somos 1 só".

Feliz 2011! NENSE!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Vida é feita de Trocas

Oi, pacote. Bem, hoje que a mamãe está um pouco menos emocionada, vou tentar explicar melhor o que eu chamei ontem de pequena racaída. Aliás, vou tentar dar um panorama resumido, mas um pouco mais claro do que mais nos importuna nos últimos meses.

Ainda são ELES, claro, os malfadados espasmos. Que - e é disso que eu queria falar - não sabemos mais se são exatamente espasmos. Olha, filho, mamãe já avisou e volto a falar que esse mundo neurológico é uma tremenda confusão. As coisas podem mudar a qualquer momento. Diagnósticos vivem sendo alterados. O que era pode não ser mais. O que parece ser, na verdade não é nada. Ameaças podem se cumprir ou não... Enfim, quem entra, literalmente, de cabeça nesse universo, passa a viver numa eterna montanha-russa.

E é onde nós estamos. Já passamos por loopings mais assustadores, mas digamos que nosso momento ainda não é uma reta.

Vamos ao boletim médico: após uma forte suspeita de que seu quadro estaria evoluindo para uma Síndrome de West, voltamos a conviver 'apenas' com uma epilepsia frontal. Falando de forma menos técnica, Síndrome de West é um conjunto de síntomas, na verdade três: espasmos infantis, regressão no desenvolvimento e um traçado específico de eletro com ondas que fazem o que chamam de hipsaritmia. A ameaça nos rondava porque apesar de você nunca ter apresentado nenhuma regressão significativa, tinha o que pareciam ser espasmos infantis e apresentou um traçado de eletro preocupante. Algo que, na época, foi interpretado como uma espécie de pré-hipsaritmia. Mas... o tempo foi passando e o quadro apresentou melhoras. O que nos fez chegar onde estamos hoje, com a tia Laís 'pendendo' mais para a tal epilepsia frontal. Se é espasmo infantil ou não, ainda não ficou definido, porque às vezes os movimentos são característicos e outras tantas, não. Mas não importa. O fato é que você não evoluiu para a tríade dos síntomas de West e o bom é que quanto mais o tempo passar, quanto mais maduro seu cérebro for ficando, mais improvável fica do diagnóstico fechar em West.

O que nos leva a uma sensação bastante esquisita de, volta e meia, querer logo que você cresça. Esquisita porque iria contra o desejo 'normal' de qualquer mãe de curtir ver o filho crescer com calma.

Resumindo: estamos tranquilos? É claro que não. Ainda que seja melhor que West, a grande verdade é que seja o que for, ainda não conseguimos controlar. E é essa a minha angustia frequente. Já estivemos pior, mas também já estivemos melhor. A tal pequena recaída de ontem, foi exatamente isso: uma crise de 'espasmos' (ou whatever) em série, após cerca de um mês e meio apresentando apenas 'espasmos' esporádicos.

Ainda bem, hoje já voltamos aos 'espasmos' esporádicos. Graças a Deus, sim. Mas mamãe também gosta sempre de dar crédito aos remédios, à experiência da sua neuropediatra e ao trabalho de todo mundo que te acompanha, começando por mim. Perdão o egocentrismo, mas seria uma baita injustiça não reconhecer meu próprio suor na nossa luta, pacotinho...

Estamos no terceiro remédio já. E apesar de se mostrar até aqui o mais bem-sucedido, ainda não atingimos o objetivo, que seria cessar os espasmos completamente. Espero que a gente chegue lá.

Enfim, a epilepsia e seu atraso motor (que atualmente virou fichinha pra gente) são sequelas de mesma origem. Tudo devido a sua lesão cerebral, ocasionada pela asfixia que você sofreu no parto.

Por que mamãe não esclareceu nossa situação atual antes? Porque se é um rolo pra explicar agora, imagina há dois meses, no meio do furacão, quando ninguém chegava a uma conclusão direito...

Por que mamãe está tentando deixar tudo o mais claro possível agora? Porque cada vez mais acredito que a vida é mesmo feita de trocas. E ontem vivi essa certeza na pele, como demonstrei aqui. Acho mesmo uma benção, mães que carregam um peso tão grande poderem dividí-lo umas com as outras. No meu caso, encontrar a Valéria foi a melhor troca de presentes de natal que eu poderia imaginar. Vi hoje que ela também 'me encontrou' e fiquei mais feliz ainda. Por isso, estou chamando de 'troca'. Espero que a gente continue trocando. Não só nós, mas todas nós, como ela também escreveu no blog dela. Acho que somos uma espécie de família especial, espalhada pelo mundo.

Para terminar, deixo uma frase que achei em meio aos escritos do blog dela:

“Há duas formas de viver a vida: Uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre”.

Sabe de quem é? Albert Einstein. Bom, se um cientista mor acreditava em milagres, eu, por mais incrédula que seja..., preciso acreditar. Ou melhor, escolho acreditar.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A Grama do Vizinho é sempre mais Verde...

Não sei se a escolha do título que coloquei aí em cima é a mais indicada. É que apesar do assunto que eu quero falar hoje ter a ver com 'vizinho', a grama dele não é necessariamente mais verde...

Bom, antes que eu me enrole toda, o que aconteceu foi o seguinte: você teve uma pequena recaída hoje, pacote. E mamãe ficou decepcionada com a própria reação.

Me desesperei. Tá, eu sei que uma penca de gente vai falar que é compreensível e blá blá blá. Não é. Não é pra ser. Não é essa mãe que eu quero ser para o meu filho.

Não posso ser forte só quando as coisas vão 'relativamente' bem e fraquejar de cara, assim que elas ameacem ir mal. Não é essa mãe que você merece, filho. Não você, esse poço de garra, coragem, exemplo e determinação. Não é justo com você que eu seja fraca. Não importa o quanto isso pode ser compreensível. Não quero ser compreendida. Quero ser admirada. Por você. Quero ser a sua fortaleza e não o contrário. Você é quem tem que se pendurar em mim, você é quem tem que sentir segurança em mim pra seguir em frente e não eu me pendurar na sua melhora para me manter bem. Sua recuperação deve ser sempre motivo de orgulho e comemoração, nunca condição para que eu me mantenha de pé. Entendeu?

E onde entra o vizinho nisso tudo? A palavra mais adequada seria 'vizinha' ou 'vizinhas'. Estou me referindo às outras mães de crianças especiais que vivem histórias e desafios parecidos com os nossos, meu amor. Até aqui, já tinha cruzado, principalmente no mundo virtual, com várias delas. Mas nunca com a que eu encontrei hoje. O nome dela é Valéria, ou melhor, a mãe do Felipe. É assim que ficamos mais conhecidas nesse mundo... (http://valeriapellon.blogspot.com) Não a conhecemos, filhote. Nem ao Felipe, a quem nunca iremos conhecer... Mas por causa dela, a mamãe decidiu tentar com muito mais força ser quem você merece. Foi o que tentei dizer a ela. E é o que estou prometendo agora a você. Brigada, Valéria. E força para enfrentar a dor que eu, mesmo sendo quem sou e vivendo o que eu vivo, não sou capaz de imaginar.

sua mãe disse...
Nunca me senti intimidada para fazer comentários em nenhum blog com histórias 'da família' da minha. até chegar aqui. quando 'entendi' que o Felipe se foi, emudeci. Emudeci porque não consegui imaginar a sua dor, mesmo sendo uma pessoa bem mais indicada para compreendê-la do que a maioria dos reles mortais. emudeci porque na sua dor, hoje você me ajudou a ser forte na minha. desde que meu filho nasceu, que aprendo dia a dia a como vc disse valorizar mais e melhor as coisas realmente importantes da vida. mas de todas as dificuldades, a maior pra mim ainda é manter a calma e a esperança quando as coisas parecem escurecer. mas ao ler um relato real de quem já aguentou muito mais do que eu, senti vergonha por pensar em sentir pena de mim. vergonha porque minha luta, que parecia ser gigante, ainda que seja a maior da minha vida, é pequena ao lado da sua. não sei como você passou seu natal, afinal, mas queria te dizer do fundo do coração q através de você, uma pessoa q eu nunca vi, nem conversei, ganhei mais força do que de qualquer um até aqui. por sua causa, levantei da minha resignação hoje e decidi não me permitir mais achar q a minha luta é mais forte que eu. nesse exato momento, me sinto uma sobrevivente. você me resgatou. brigada, do fundo do coração. e posso jurar que não sou só eu que agradeço. meu filho, Antonio Pedro, meu maior presente, também vai gostar de ter a mãe de novo mais animada e menos triste. tenho certeza. nós tb sofremos negligência no parto, tb num dos maiores hospitais do Rio, e o Antonio também sofreu asfixia e acabou com uma lesão cerebral. mas ainda temos muita esperança de reverter o quadro no que for possível. ele tem se mostrado um guerreiro. tem deixado muito especialista de queixo caído. e é por isso, mais uma vez, que volto a afirmar q vc me ajudou. pq mesmo meu filho mostrando a garra q tem, eu não conseguia me reerguer totalmente. uma espécie de pena de mim mesma vivia como uma nuvenzinha negra em cima da minha cabeça. quando é q eu ia imaginar q a força q eu precisava pra ser a mãe q ele merece viria de outra mãe q eu nem sequer conheço. é só o q tenho pra te dizer, seu filho teve a mãe q ele mereceu. e eu espero agora ser a que o meu me pede todos os dias através de um sorriso lindo q diz tudo. eu só não conseguia corresponder. meu sorriso de volta era sempre um pouco angustiado, desconfiado, com medo. mas agora, decidi que não tenho tempo a perder com ele. muito menos com meus medos e angustias. obrigada. acho impossível te escrever Feliz ano novo. acho q ainda é muito recente pra vc conseguir ser feliz. mas espero do fundo do coração q seja em 2012, 13, 14, 15... espero q um dia você consiga ser feliz de novo. você merece.
Adriana
se quiser nos conhecer: www.queridoap.blogspot.com
fique em paz...

sábado, 25 de dezembro de 2010

Tudo tem seu Tempo

Pacote, hoje ainda é Natal e ainda é aniversário da mamãe, mas eu não tenho nada de especial para escrever em relação à data. Fizemos o corre-corre cansativo de sempre, morremos de calor com a temperatura usual da época e estamos aqui em casa, mortos de cansados depois da maratona toda. Mas, veja bem, não estou reclamando. Como já dei a entender aqui várias vezes, hoje é preciso muito para que eu realmente me importe e o tempo feche. Aprendi com tudo o que passamos e temos passado juntos que a maioria das coisas de que reclamamos é merreca. E, como também já disse aqui, quando você está bem, eu estou bem, pode estar caindo o mundo a nossa volta. Por isso, apesar dos estresses comuns à junção de muita gente da mesma família, mamãe passou incólume! Acredite, filho, isso seria algo inimaginável um tempo atrás. Sempre fui uma das primeiras a cair na pilha das discussões, isso se não era eu a responsável pelo início do pega pra capacá. Mas agora estou zen... Tá, zen é muito para a sua pobre mãe ex-pilhada. Mas sinto-me bem mais calma e tolerante. Mesmo que isso ainda precise de um exercício consciente e não seja algo totalmente natural. Mas chego lá, hein, me aguarde.

Agora, vamos ao que quero falar de verdade, que, olha, de certa forma, tem bastante a ver com essa minha tranquilidade adquirida. É que, como coloquei lá em cima, a cada dia que passa, vejo como é verdade a máxima que diz que 'tudo tem seu tempo'.

Sei bem o quanto é desanimador querermos muito que algo aconteça ou dê certo e a coisa não chega nem perto disso. É muito fácil e até compreensível que fiquemos meio desesperançosos e descrentes. Difícil é ter serenidade suficiente para respirar fundo, esquecer aquilo por um tempo, desencanar e voltar a tentar mais tarde.

Falando de forma menos abstrata, o que me inspirou a escrever sobre isso foi uma ação envolvendo uma daquelas escova de dentes com motorzinho, sabe?

Um bom tempo atrás, você devia estar com uns 5 meses, quando iniciamos nossas sessões de fonoaudiologia, nossa querida Tina tentou introduzir na sua rotina uma espécie de exercício com algo que vibrasse. A ideia era colocar o brinquedo (no caso, um golfinho que ela tem no consultório) fazendo pressão em cima do seu lábio superior. O objetivo era que a vibração feita pelo rabo do golfinho na sua boquinha fizesse com que você fechasse os lábios, formando um biquinho. Segundo ela, uma das coisas que faltava a você era essa pressão nos lábios para que a deglutição acontecesse com menos dificuldade.

Enfim, nossas primeiras tentativas foram totalmente frustradas. No consultório, era o golfinho e, em casa, era a tal escova que a mamãe comprou. Parecia que você tinha pavor dos troços. Abria o berreiro assim que a vibração encostava em você. Insistimos durante um tempo até a mamãe ficar bem desestimulada e ir parando de tentar aos poucos.

O que acontece? Você estava cru, meu amor. Hoje é muito claro pra mim que você ainda não estava preparado para aquele passo. Queríamos muito de você num momento em que ainda não era possível. Mas como saber? Pra mim, essa é uma das questões mais delicadas no trato com pacotinhos especiais. É preciso muita sensibilidade, muito amor e, o 'x' da questão, muita paciência para conseguir interpretar vocês. E, paciência, filhote, você já sabe que era o que a mamãe menos tinha na vida. Daí, minha frustração contínua no início da nossa história.

Mas como o tempo passa, e é verdade mesmo, o tempo voa, hoje, meu amor, podemos dizer em paz que estamos numa boa. Sem pressa, ainda que isso pareça um paradoxo com o que acabei de dizer sobre o tempo voar. É e não é. Vamos lá: quando não se tem mais tanta ansiedade em relação às coisas, elas vão acontecendo naturalmente, no tempo delas. E como estamos mais descansados, menos pressionados por nós mesmos, quando a gente se dá conta, voilà:



Foi assim: um belo dia, dei de cara com a escova esquecida lá no meio das suas coisas e pensei 'será?'. Sem pressão, sem expectativa, fui até você e primeiro liguei o motorzinho pra ver sua reação. 'Ôpa', você ficou prestando muita atenção. Bom sinal. Aí, devagar, conversando, fui chegando perto até encostar as cerdas na sua boca. E, de repente, não mais que de repente, aconteceu.

De lá pra cá, vem acontecendo sempre e temos feito bastante. E é claro, já mostramos orgulhosos pra tia Tina! O fato é que isso, junto com outras coisas como você ter ganho um pouquinho mais de tronco nas últimas semanas, têm feito com que a hora da comida seja bem menos estressante aqui pra gente. Você está engolindo muito melhor e vêm almoçando e jantando há um bom tempo. Isso é excelente, pacotinho!

E pensar que a mamãe chegou a achar lá atrás que você poderia nunca conseguir se alimentar direito...

Que fique a mensagem para quem quer que se beneficie dela: Calma. As coisas acontecem. No tempo delas. beijo da sua mãe, que vive não cabendo mais em si, de tanto orgulho das suas conquistas.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

...

Filho, hoje foi um dia dificil pro papai e pra mamãe. Nossa cachorrona, a Leleca, de quem a mamãe já falou aqui, enfim, teve que descansar. Ela já estava muito muito fraquinha, tadinha... Que a sua companheira de fralda fique em paz...










beijo, perereco. Ainda bem que tivemos o seu sorriso para nos apoiar.











Lua
* 1996
+ 2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Já é Natal

Filhote, a essa altura, quando você estiver lendo isso aqui, já vai estar careca de saber que a mamãe faz aniversário no Natal.

Bom, por muitos e muitos anos, eu achei isso uma porcaria. Logisticamente, sempre foi um problema, já que vivi me divindo entre casas e famílias pra não deixar de ver ninguém. Mas o que mais incomodava era o fato de ser muito difícil tentar qualquer tipo de comemoração com amigos já que uma parte estava viajando e a outra, compreensivelmente, exausta de tantos comes e bebes de fim de ano. Fora que nunca senti muito que era o meu dia, sabe? É tanta movimentação que era impossível me sentir especial. Já que eu mesma estava pra lá e pra cá comprando presentes, resolvendo comidas, decidindo roupas e, provavelmente, gastando saliva pra explicar pra um ou outro lado da família que 'este' ano a meia-noite seria 'do lado de lá'. E nem falei da tragédia de um presente só, hein... Ou aquele esquema de dois presentes ou um grandão. Bicicletas, patins, casa da Barbie, pra mim, sempre comiam dois créditos. Uma baita injustiça...

Mas, então, eis que mamãe está aqui hoje para falar que, pela primeira vez, está contente em ter nascido nesta época do ano.

Eu explico: bem, já disse aqui um milhão de vezes o quanto sou uma pessoa diferente desde que te conheci. E nessa mudança toda, está o fato de que hoje sou alguém... como posso dizer? Hum... mais conectada com o mundo. Com o todo, sabe? Menos individualista, menos fechada, menos crítica, menos cética, menos pessimista. Atualmente mamãe é MAIS, filho. Mais calma, mais feliz, mais paciente, mais amorosa, mais compreensiva, mais madura, mais amada, mais completa.

E, no fim de semana passado, quando estávamos lá no Tupyara, antes da cirurgia, no momento das preces e mensagens, uma das coisas que foram faladas foi justamente a energia boa que circula neste período do ano. O 'moço' que tava lá no microfone acabou abrindo os olhos e ouvidos da mamãe para uma coisa que eu nunca tinha dado valor antes. O nascimento de Jesus, a festa de Natal, acaba trazendo um bocado de coisa à tona. Por isso, como ele disse, não é raro essa ser uma época em que amigos e parentes brigados fazem as pazes, gente que não se via há tempos, arranja uma horinha pra confraternizar, as pessoas ficam mais solidárias e ajudam bem mais o próximo seja com contribuições financeiras ou praticando o bem... É como se fossem umas duas ou três semans em que todos nós juntos entrássemos numa espécie de trégua geral.

E justamente por ser geral, a energia desprendida por tudo quanto é canto se torna poderosa. E a alegria toma conta. Como símbolo, nada melhor do que a troca de presentes. Quem não gosta de ganhar presente? Ou até de dar presentes? Mamãe adora! E todas as criancinhas que aguardam ansiosamente pelo Papai Noel também. Já imaginou a força que tem a felecidade de um monte de pequenininhos juntos?!

Pois então, é por isso que, este ano, contrariando qualquer possibilidade de inferno astral e dando um chega pra lá na minha tendência reclamilda, a mamãe está enfim curtindo o momento. E esperando de bom humor o meu dia D. E bota dia D nisso, pacotinho, porque sua mamãezinha fará 30 anos! Cheguei lá.

E cheguei bem, filho. Posso dizer, sem sombra de dúvidas, que sou uma pessoa feliz. Tenho um filho que me fez conhecer o maior amor do mundo; um marido que não pára de me surpreender com a capacidade de amar e de ser meu maior porto seguro; uma relação bem mais saudável com o restante da minha família; uma casa nova exatamente onde queríamos; e um montão de gente querida em volta. Alguns bem antigos e uma porção de amigos novos e bem-vindos. Sinto-me realmente privilegiada e presenteada, como nunca senti antes.


Natal passado, o seu 1º. Eu, você e papai.

Pra terminar, lembrei de dar uma dica de Instituição para quem gosta ou procura algum lugar pra ajudar. Às vezes, a gente quer ajudar, mas fica com pé atrás em relação à seriedade do lugar. Bom, nossa contribuição aqui em casa vai para a Recomeçar - http://www.recomecar.org.br -, um projeto muito bacana, que fica lá no Fundão. Conhecemos através da tia Laís.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Book

Filho, tava falando com a tia Eliane hoje que você tem aceitado bem mais ficar de barriga pra baixo. Ainda não consegue sustentar muito bem o tronco, mas já aguenta um pouquinho se segurar nos cotovelos e a cabeça também está melhor. Sabe, pacotinho, pode parecer pouca coisa, mas é um ganho enorme.

Na verdade, desde que entramos de novo num período mais calmo em relação aos espasmos, que você tem evoluído. Naquele esquema, devagarzinho, no seu tempo, mas com ganhos aparentes. E é isso o que importa pra mamãe. Não me interessa mais quanto tempo vai levar e sim que você vai conseguir fazer tudo o que você quiser.

Todo mundo sabe o quanto mamãe já foi ansiosa, pensando em quando e se você conseguiria fazer as coisas. Nossa... lembro bem que eu vivia criando prazos imaginários e traçando expectativas ilusórias. Aos seus 4 meses, quando começamos a entender suas dificuldades, no fundo, ainda não entendíamos nada.

Muito por ignorância e um pouco por não querer encarar uma realidade dura, achávamos que as coisas seriam mais rápidas e que seu atraso seria coisa pouca, tipo 6 meses pra trás dos outros coleguinhas. E assim, quando pensávamos em você com 1 aninho, chegávamos até a cogitar a hipótese de você já estar quase andando...

Pacotinho, você ainda não anda, não engatinha, não senta, não rola, nem sequer se arrasta. Mas você faz tanta coisa a seu modo, filhote, coisas que, hoje, já muito mais por dentro do seu quadro e pacientes com você e com a vida, vivem nos surpreendendo.

Mamãe já nem liga mais para essa sequência 'lógica' do rolar, sentar, arrastar, engatinhar e andar. O negócio é se mexer! E quando você quer, você se vira! Mesmo. E, como já disse aqui, o melhor de tudo é que você QUER sempre. Não importa se a cabeça despenca, se a mão vira pro lado errado ou se a boca abre, na tentiva de ganhar mais força. O que conta no fim é que você dá um jeito, o seu jeito, de chegar onde você quer. Nem que, como último recurso, você use o grito para que alguém se toque e dê uma ajuda, caramba! E vou te falar, Antonio Pedro, no grito você vence qualquer um. Tem um baita gogó.

E é por isso, filho, que a mamãe fica feliz com qualquer postura nova que você vai conquistando. Cada uma delas significa um passinho a mais nosso. Um passinho pra frente que atrás vem gente!

O outro motivo da mamãe publicar a sequência aí abaixo é que achei que as fotos ficaram ótimas e fiquei com pena de deixar só a que eu coloquei ontem. Diz aí, são dignas de um Book, não são não?









terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Olhar 43

Com internet direto, agora ninguém me segura... Oh filho, mamãe tá brincando assim porque estou, estamos, numa fase bem feliz. As coisas têm estado calmas aqui para gente. Aí, tô aproveitando pra sair escrevendo. Na verdade, tenho um montão de assuntos na fila para serem desenvolvidos e publicados. Mantenho um bloquinho aqui, onde vou anotando ideias que me vêm à cabeça. E elas não param... Esse hábito é bem antigo, aliás. Acho que vem desde a época em que comecei a trabalhar como roteirista. Pergunta ao seu pai, volta e meia eu acordava de madrugada e escrevia no escuro mesmo alguma coisa que me fizesse lembrar de algo maior no dia seguinte. No início, ele achava que a mamãe era doida, depois, se acostumou e até já fez parecido...

Então, tenho aqui anotado, há um tempo já, o título desse post: Olhar 43. E lembro bem quando foi que escrevi lá no caderninho. Foi quando voltamos da última consulta que tivemos com a tia Laís, sua neuro nota 1000.

Assim que entramos no consultório, você começou a vocalizar um monte de sons aí na sua linguagem de bebê e a olhar fixo pra ela. Como se estivesse conversando mesmo. E aí, ela elogiou no ato a sua capacidade cognitiva. Com um sorriso bem grandão no rosto, a tia Laís comentou como o seu olhar é forte, penetrante, poderoso.

Na hora, mamãe levantou uma plaquinha imaginária com aqueles dizeres clássicos: EU JÁ SABIA! Mas depois, em casa, voltei a pensar naquele momento e uma alegria imensa me invadiu.

Foi como se você, com esse seu carisma incontestável, tivesse ali naquela hora quebrado a barreira médico/ paciente e feito a tia Laís se envolver com você, da forma mais humana possível. Você deixou de ser mais um e passou a ser único. Passou a ser o Antonio Pedro simplesmente.

Não coincidentemente, agora quando ligo ou passo e-mail pra nossa médica guardiã da sua cabecinha, não sinto mais necessidade de me identificar tanto. De 'Oi Laís, é a Adriana, mãe do Antonio Pedro, seu paciente, o ruivinho, a gente teve aí semana passada...' passamos para 'Oi Laís, é Adriana, do Antonio Pedro'. Isso quando não é ela quem nos liga ou retorna uma ligação, dizendo logo: 'Oi Adriana'.

Enfim, pacote, meu objetivo não é sugerir nenhum tipo de tratamento especial. Até porque a tia Laís é uma profissional de se tirar o chapéu. O que estou querendo mostrar é a força que você tem. É realmente algo que vem de dentro. Atrai mesmo, como um magnetismo próprio. Não dá muito pra explicar, mas acho que quem te conhece consegue rapidamente perceber. É mais do que carisma, mais do que um olhar penetrante, mais do que uma simpatia nata. É um monte de coisa junta que você consegue transmitir rapidamente com um simples olhar. Um olhar que diz muito, que quer abraçar o mundo, que domina a gente. Que desmonta até os mais resistentes, os mais cascudos. Como a tia Laís...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Oi meu amor...

Notícia nº 1: voltamos a ter internet própria! u hu! Mamãe tava seca pra voltar a escrever mais frequentemente.

Agora, vamos ao seu fim de semana. Bem, pacotinho, tivemos um fim de semana energizante, por assim dizer. Com direito à fé para todos os lados. Na verdade, tivemos um fim de semana que, para a mamãe, seria o ideal em matéria de religião. Fazendo tudo o que papai e mamãe acreditam.

Já contei aqui o quanto eu me sinto bem perto da natureza. E mesmo isso não sendo uma religião propriamente dita, é para mim. Por outro lado, seu papai, acredita de olhos fechados no mundo espiritual e em toda a força que ele pode ter.

Vou ser muito sincera com você, pacote, assim como sou com o papai sempre que conversamos sobre isso. Bom, a mamãe simpatiza com esse lado espiritual. Bastante. Mas eu não sou como o papai. Não consigo ter essa certeza toda de que existem vários planos, de que todos nós estamos aqui para evoluir, que existem os karmas e que vivemos reencarnando até que estejamos preparados para a vida eterna.

Não sei explicar exatamente, mas tem a ver com 'se sentir bem'. Quando respiro o ar puro da Serra, quando entro numa cachoeira ou, simplesmente, quando me encontro num lugar bem bonito ao ar livre, me sinto bem. E sempre busco essa sensação quando não estou em um bom dia ou em uma boa fase.

Acontece que isso não ocorre assim tão facilmente quando vou a algum Centro Espírita, igreja ou o que for... Até já fui em templos ou espaços que me trouxeram paz de espírito, mas não é algo comum e nem automático como o que acontece quando estou em contato com a natureza.

Seu papai já é diferente. Ele realmente tem fé. Além de ser uma pessoa com um coração enorme, que se preocupa frequentemente com o próximo e com o mundo, ele tem uma espécie de calma interior, uma facilidade em acreditar que tudo vai acabar bem. Pacotinho... você não sabe como eu também queria ser assim...

Juro. Deve ser muito bom acreditar tão piamente em alguma coisa. E é por isso que sou totalmente a favor de toda e qualquer religião. Porque acho mesmo que traz conforto e ajuda, nem que seja só por esse conforto, a fazer com que as pessoas sigam lutando.

A mamãe teve que achar uma razão mais física para abraçar uma causa e essa razão chama-se Antonio Pedro, vulgo pacotinho. Você tem sido minha religião de um ano pra cá. Nunca fui tão fiel a algo ou alguém. Nunca rezei tanto, nunca fui tão crédula, nunca fui tão pura ou verdadeira. Você, ou o meu amor por você, me faz querer acreditar todos os dias no sonhado final feliz. E, se Deus quiser, ele virá. Olha aí, mamãe citando Deus...

Enfim, perereco, voltando ao início, o seu fim de semana começou com uma cirurgia espiritual. E aproveito para deixar logo aqui o nosso agradecimento à tia Boldrini e à tia Carla, irmã dela, que a gente nem conhece, mas que põe uma fé danada na nossa batalha. Foram elas que surgiram com o assunto e que marcaram pra gente.

Bem, para quem tiver curiosidade, o procedimento em si é bem tranquilo. Foi lá no Templo Espírita Tupyara. E, tirando o calor de rachar que fez no sábado, a coisa toda foi bem calma. Fizemos os preparativos indicados na véspera, coisas como evitar alimentação pesada e carnes, além de bebidas, fumo e sexo, e chegamos lá na hora marcada para o início das preces e tal. Ouvimos mensagens bem bacanas e depois começaram as cirurgias. O lugar tem uma energia muito boa. Todos estavam de branco e pareciam realmente 'emanar o bem'. Você estava um pouco inquieto por causa do calor, mas na hora em si, quando entramos numa sala reservada, com luz bem baixinha e sentamos na maca, você ficou quietinho. Apagaram-se as luzes e o médico espiritual encarregado foi saudado. Rezaram-se alguns Pai Nossos e Ave Marias e você bebeu um copinho de água, como remédio. Depois, a ideia era que você ficasse uns 15 minutos descansando numa espécie de enfermaria. Mas... danou a 'falar' pelos cotovelos. Como é neném, ninguém brigou. Mas a mamãe ansiosa aqui ficou um pouco apreensiva, com medo de estar incomodando os outros pacientes. Bom, o principal da história toda é que, quando chegamos em casa, você simplesmente apagou de meio-dia às sete da noite! Incrível. Como disse a tia Eliane, foi como um pós-cirúrgico mesmo. Está aí uma 'prova' para a mamãe aqui, com uma quedinha para o ceticismo...

Vamos continuar o tratamento e esperar para que tenha sido mais uma coisa que te ajude a ir em frente.

Fechando o fim de semana de fé, no domingo, eu, você e papai, fomos em busca de cachoeiras e encontramos em Casimiro de Abreu e Lumiar. Um banho de energia para renovar nossa esperança que só cresce, filho. Graças, agora que Deus me perdoe, a VOCÊ.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sou do Time dos Guerreiros

Não há a menor dúvida de que você nasceu campeão, Antonio Pedro. Tanto que a mamãe achou um motivo pra comemorar hoje, ainda maior do que o nosso recém-conquistado Campeonato Brasileiro.

Lembra da mesa de atividades que eu há pouco me surprrendi com você lá brincando? Pois então, comentando com a tia Eliane, nossa fisio, ela pediu pra mamãe filmar. Aí, lá fomos nós de novo para a varanda, com a mamãe de máquina em punho.

Resultado? Você foi sensacional! Melhor do que na semana passada! Escalada para o sucesso, pacotinho.

Sério, fiquei pasma com a sua desenvoltura, considerando as suas dificuldades, que são reais. Mas, você, simplesmente dá um jeito quando o objetivo é brincar. Ou tentar brincar. É aí que está a chave de tudo: na palavra 'tentar'. Você nunca, nunca, pára de tentar. Fica cansado, após um tempo, é verdade. Mas só precisa de uma boa respirada bem fundo e lá vai você de novo. Do seu jeito, do jeito que dá, do jeito que ninguém espera.

Mamãe fez vários vídeos. Em cada um você faz uma coisa bacana, entre agarrar o brinquedo, girar o outro, se apoiar com o cotovelo... Mas nesse aí abaixo, você realmente se superou. Tava lá brincando e aí, acabou tombando para o lado. Numa situação normal, em que eu estaria do seu lado, eu teria rapidamente te ajudado a voltar. Mas como estava com as mãos ocupadas, decidi esperar um pouco pra ver o que iria acontecer. E deu-se o impensável. Você conseguiu sair dali sozinho. Se reergueu e foi embora. O que me fez pensar o quanto você depende de mim, sim, mas também o quanto você tem força sozinho. O quanto você é GUERREIRO.

Deleite-se tia Eliane. É de arrepiar...

beijo da mamãe.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Campeão Brasileiro 2010

A primeira vez campeão, a gente nunca esquece. E, você, cenourinha, pacotinho, filhote, amor da minha vida, terá o orgulho de contar que foi Campeão Brasileiro com apenas 1 ano de idade! Isso é para muito poucos, pacote...

Beijo a todos, da família tricolor.



É CAMPEÃO! É CAMPEÃO!




NEEEEEENNNNNNNSE! NEEEEEEENNNNNSE!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Liberdade

Oi perereco... mamãe tá tiririca da vida porque ainda estamos sem internet na casa nova e, por isso, tenho escrito aqui bem menos do que eu gostaria. Os amigos e seguidores devem estar até meio preocupados com a minha falta de frequência... Achando que a mamãe aqui tá se entregando. jamais! Atenção, pacotinho, é importante: mamãe nunca, eu falei nunca, entendeu? Nunca vai deixar que nenhuma fase ruim, por pior que seja, faça com que eu desista de lutar por você.

Dito o principal, vamos ao tópico do dia: liberdade.

Com o tempo, filho, você vai aprender como a mamãe preza essa palavra. E tudo o que ela representa. Liberdade de escolha, liberdade de expressão, liberdade de ir e vir. Liberdade de sentir. Talvez essa seja a que a mamãe mais gosta. Quando penso em liberdade, me imagino numa paisagem linda, ao ar-livre, de braços abertos, sentindo o vento bater. Só eu e eu. Ou eu e Deus, já que, pra mim, Deus está na força da natureza.

Bom, sem me alongar muito, até porque não tenho muito tempo e estou usando o computador alheio, o que eu queria publicar aqui hoje são algumas fotos de você, pela primeira vez, sozinho, na sua mesa de atividades que tem uma espécie de andador acoplado. O brinquedo é muito interessante. Mamãe e papai acharam na internet, num site de uma loja gringa e acharam no ato que seria uma boa pedida pra você. Acabou que a tia Cris trouxe pra gente, quando ela voltou de uma viagem a Portugal.

Isso já faz alguns meses e mamãe e papai ficaram um pouco decepcionados quando vimos que ainda iria demorar até você conseguir brincar ali. Seus pezinhos ainda ficavam no ar e seu tronco mamulengo ainda era muito, muito, muito mamulengo para a engenhoca. Conclusão, tivemos que enfiar o troço no alto do armário por um bom tempo.

Mas... o tempo passa, o tempo voa e o Antonio Pedro mostra cada vez mais que não está aqui a passeio!




Na mudança, o brinquedo voltou à tona e foi parar na varanda. Tava lá, meio esquecido, meio de lado, quando, um belo dia, chego na varanda e vejo que a sua vovó decidiu meter você ali dentro, de novo.

E, tcharam! Não está assim ainda uma Brastemp, mas você bem que se virou nos 30, filhote.









Temos muito ainda a ganhar, mas você, esse guerreiro incansável, não se fez de rogado e deu um jeito de brincar ali, com direito a sorrisos. Você não existe, Antonio Pedro... É incrível a sua vontade de brincar, de vencer, de viver. Você me ensina todos os dias a ter esperança. E que, sim, quem espera, sempre alcança. Que o diga seus lindos pezinhos, enfim, encostados no chão.


Parabéns, filho. Por mais essa.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Na hidro

Antonio Pedro é chiquérrimo e agora tem uma hidro-massagem no prédio dele. Peixinho que só, nem precisa dizer o quanto o mocinho ama ir lá todo dia, à noite, antes de dormir, nesses dias calorentos. É ou não é chique, o rapaz!?

Até a próxima escapada à internet mais próxima.